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Ah, meu caro leitor! Se você acha que já viu tudo na política brasileira, é porque nunca acompanhou uma eleição no Residencial Brisa. Prepare-se, porque essa história tem mais reviravoltas do que novela mexicana e mais tensão do que final de campeonato. Vamos ao episódio de hoje, carinhosamente intitulado: "O Caos Sempre Vence".
A Chapa da Resistência
Tudo começou com a divulgação das eleições no dia 2 de outubro para o pleito de 15 de outubro. Até aí, tudo certo? Claro que não! O edital, um exemplo de transparência (só que não), simplesmente esqueceu de informar regras básicas para candidaturas e como seriam apresentadas as chapas. É aquele clássico "faz o que eu quero, não o que está escrito".
E lá foram os bravos integrantes da Chapa 2 tentar se candidatar. A primeira barreira? Uma portaria tão perniciosa quanto o monstro do Lago Ness: a exigência de formação de chapa completa com conselheiros (seis, no mínimo!), comprovação de moradia, e, claro, o diploma de curso superior. Quer concorrer a síndico? Parece mais fácil passar no ENEM e montar uma startup.
A Montanha-Russa da Impugnação
Depois de reunir documentação, convencer conselheiros a embarcar na chapa e cumprir a "Missão Impossível: Versão Condominial", veio o primeiro golpe: a candidatura foi impugnada. Motivo? "Débito condominial". Mas quem confere isso? A própria administração concorrente! É como se o goleiro decidisse se o gol do adversário vale ou não.
Após pressão e vai-e-volta digno de novela, a candidatura foi homologada. Alegria? Durou pouco. Menos de 24 horas depois, mais uma impugnação, desta vez porque o apartamento da candidata estava no nome da filha. Código Civil, onde estás? O artigo 1.347 é claro: qualquer pessoa maior de 18 anos, condômino ou não, pode ser síndico.
Procurações: A Jogada de Mestre da Chapa 1
Enquanto a Chapa 2 lutava para se manter no jogo, a Chapa 1 desfilava com um trunfo de 40 procurações, cuidadosamente guardadas na manga. A CMCT (Comissão de Moradores do Condomínio Tropicale) tentou conferir as tais procurações e descobriu inconsistências: algumas estavam inadimplentes e outras, mal preenchidas. Mas calma, tem mais!
No meio disso, o jurídico da administração anulou sete procurações da Chapa 2 por não conterem um detalhe “essencial”: a assinatura digital validada. Questionados se isso constava no edital, a resposta foi um glorioso "está na MP". MP? Medida Provisória? Não, meu amigo, Medida Providência. Nem a Constituição ousaria tamanha criatividade legislativa.
O Conselho que Não Fiscaliza, Mas Faz Campanha
Para fechar o pacote, conselheiros que deveriam fiscalizar o síndico estavam, pasmem, pedindo votos para ele. Após alerta da CMCT sobre a responsabilidade jurídica do cargo, continuaram firmes... na campanha. E depois da vitória da Chapa 1, teve conselheiro comemorando em rede social e até agradecendo a Deus. Amém, né?
Ata Notorela: A Verdade Que Não Está Registrada
A ata oficial da eleição, gravada e registrada, diz que tudo ocorreu "nos conformes". Porém, os vídeos gravados pela CMCT contam outra história: confusões, bate-bocas e até convites para "resolver lá fora". Sabe aquele filme Clube da Luta? Foi quase isso, só que com menos testosterona e mais planilhas do Excel.
Conclusão: Esperança é a Última que Morre
Essa novela eleitoral pode ter terminado mal para quem busca transparência, mas a luta continua. Com mais duas eleições à vista no Residencial Tropicale, a trilogia está longe de acabar. Prepare o coração, o emocional e, quem sabe, a pipoca. Afinal, nesse condomínio, até o Código Civil parece pedir férias.
E que venha o próximo capítulo! Será que veremos mais "Medidas Providência"? Ou, quem sabe, uma nova portaria que exija teste de resistência física para ser síndico? Não sabemos, mas uma coisa é certa: drama é o que não falta no Residencial Brisa.
#CMCTNaLuta #JustiçaCondominial #ProcuraçõesDaDiscordia